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“Spanish hands” Alcaraz: CLAY acompanhou o número um do mundo em 18 buracos de golfe

Alcaraz, concentrado en su faceta de golfista / OPEN DE ESPAÑA DE GOLF PRESENTED BY MADRID
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MADRI – São 8h43 de uma quarta-feira quando Jon Rahm tenta conter os ânimos de uma funcionária do DP World Tour, o circuito europeu de golfe. Ela está nervosa, pois o torneio Pro-Am do Open da Espanha já deveria ter começado, mas os três homens que vão jogar com Rahm ainda não apareceram no tee do buraco 1. No golfe, diferentemente de outros esportes, a pontualidade é tão sagrada que chegar um minuto atrasado ao tee resulta em penalidade. “Fique tranquila, eles são atletas, são rápidos”, diz Rahm, em seu humor habitual, tentando aliviar um pouco a tensão.

Nesse exato momento, surge a figura do grande protagonista do dia no Club de Campo. Vestindo um moletom camel e calças compridas — correspondente ao frio dos amanheceres de outono em Madri —, Carlos Alcaraz e seu sorriso entram em cena. “Vamos, vamos”, dizem os organizadores ao murciano, que chega acompanhado por Feliciano López e Borja Plácido, um amigo.
“Que tensão!”, diz Alcaraz assim que acerta a tacada com o driver no tee do 1. A bola saiu do drive e foi parar debaixo de um carvalho.

Após conquistar seu oitavo título do ano em Pequim, no final de setembro, Alcaraz desistiu do Masters 1000 de Shanghai por causa do desgaste físico e voltou à Espanha para se recuperar e se preparar para a turnê indoor que encerra o ano na Europa. Na terça-feira, no entanto, ele deixou a raquete de lado e viajou de Múrcia a Madri para colocar em prática um daqueles programas que recarregam suas energias. Ele recebeu o convite para participar do Pro-Am, um torneio de exibição que acontece antes do Aberto da Espanha de golfe, no qual profissionais competem ao lado de amadores, e não pôde recusar.

Jon Rahm e Carlos Alcaraz / OPEN DE GOLFE DA ESPANHA

Acompanhado por um pequeno grupo de jornalistas — entre eles, CLAY —, o pupilo de Juan Carlos Ferrero completou os primeiros nove buracos com Rahm e os últimos nove com Shane Lowry, o herói da Ryder Cup, que a Europa conquistou recentemente em Nova York. Foi uma chance imperdível de ver Carlitos jogando golfe, uma de suas grandes paixões fora das quadras de tênis. Despreocupado, sorridente, se divertindo, mostrando um swing elegante e refinado. Ele tem um handicap de 11,5. “Mas eu sou melhor do que ele!”, diz, sorrindo, Edorta Rahm, que acompanhava os passos do filho durante os primeiros buracos do dia.

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Ao chegar ao tee do buraco 6, Rahm avisa seus três parceiros: “Este é o buraco mais difícil deste campo”. Mas, Alcaraz, fiel ao seu estilo no tênis, não se preocupa com isso e tenta mandar a bola a mais de 200 metros, logo após um rio seco. “Para conseguir isso, voce precisaria ser o Schwarzenegger”, comenta ele. E então ele dá uma tacada forte com o driver. Alguns minutos depois, ninguém encontra a bola de Alcaraz. Até que Rahm a vê cravada na margem do rio. “Que tacada, cara!”, ri o tenista. Em seguida, ele dá sua melhor tacada do dia: a cerca de 170 metros, o murciano coloca a bola no green e a deixa a alguns metros do buraco. Jon Rahm também fica impressionado: “Que ferro!”

Shane Lowry, seu companheiro nos últimos nove buracos, também se rende ao número um do tênis. “Quando você vê o que ele está fazendo no esporte com a idade que tem… é incrível. Seu golfe não é incrível, mas com certeza é muito melhor do que meu tênis. A gente se divertiu muito”, diz o irlandês.

Carlos Alcaraz Golf
Alcaraz jogando golfe / OPEN DE ESPAÑA DE GOLF PRESENTED BY MADRID

No buraco 10, o murciano sai de um bunker com categoria para ficar a um metro do buraco. “Spanish hands”, diz o irlandês, uma expressão muito usada no mundo anglo-saxão para elogiar a classe dos espanhóis ao redor do green. Três buracos depois, Alcaraz quase acerta do bunker. Fica a alguns centímetros.

“Este garoto faz bem tudo o que se propõe a fazer. Ele é bom no tênis, no golfe… em tudo o que decide fazer” responde Feliciano López a Clay, após completar os 18 buracos ao lado do número um da ATP. “Eu acho que ele joga muito bem. Ele tem um swing muito bonito, e vejo nele um potencial muito alto. No final das contas, é preciso levar em conta que ele joga há poucos anos e também não tem muito tempo para treinar, já que é um profissional do tênis”, acrescenta o diretor do Masters 1000 de Madri, que tem um handicap de 21. “Esse é o meu handicap oficial, mas jogo melhor do que isso”, garante com um sorriso.

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López e Alcaraz fazem parte da extensa lista de tenistas que “migraram” para o golfe. Também estão nessa lista Rafael Nadal — que chegou a dizer que o golfe é mais competitivo do que o tênis —, Andy Murray, Novak Djokovic e até mesmo Roger Federer. O caso de Alcaraz é um dos mais recentes: ele começou a jogar golfe em 2020, incentivado por Juan Carlos Ferrero. Seu treinador o apresentou aos greens para que o tenista tivesse uma válvula de escape saudável, divertida e, ao mesmo tempo, competitiva. E Carlitos se encantou imediatamente.

Carlos Alcaraz Jon Rahm Feliciano López
Borja Plácido (amigo de Alcaraz), Jon Rah, Carlos Alcaraz e Feliciano López / OPEN DE ESPAÑA DE GOLF APRESENTADO POR MADRID

“Eu me vi melhorando, e isso me deixou ainda mais interessado. Eu me sinto em paz quando saio para jogar golfe e tento aprender com os golfistas com quem jogo”, reconheceu o espanhol há algumas semanas em Nova York, durante o US Open. “É só você, jogando com sua equipe, com alguns amigos ou com quem quer que seja. Você tem toda a atenção voltada apenas para dar a melhor tacada possível. Então, quando você caminha para o próximo buraco, esquece tudo o mais e simplesmente aproveita o momento. Como adoro me sentir assim, tento jogar o máximo que posso.”

Seu gosto pelo golfe o levou a comemorar todas as suas vitórias no US Open com uma tacada dedicada a Sergio García e David Puig, com quem pôde jogar em alguns dos dias de descanso no último Grand Slam da temporada.

Uma das primeiras fotos que o tenista tirou logo após levantar a taça em  Flushing Meadows foi com os dois golfistas. “Carlos precisa estar feliz, solto, com as baterias carregadas, sentir-se livre”.

O golfe o ajuda a conseguir isso, a se desconectar. É como o tênis me ajuda a me desconectar do golfe”, disse Sergio García à revista CLAY em Nova York. E o golfe, mais do que um passatempo, é o refúgio dele. Porque, quando Alcaraz se desconecta, se sente em paz e volta a jogar apenas por prazer, é aí que o restante do circuito deve tomar cuidado.

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