LONDRES – João Fonseca e Nicolás Jarry se enfrentarão na terceira rodada de Wimbledon, com as arquibancadas prometendo ser barulhentas e animadas.
“Sei que os torcedores chilenos também são muito barulhentos, assim como os brasileiros”, disse Fonseca à imprensa no All England Club.
Aos 18 anos, o brasileiro se tornou o jogador mais jovem a chegar à terceira rodada de Roland Garros e Wimbledon na mesma temporada desde Andy Roddick em 2001.
Fonseca e Jarry se dão muito bem. O brasileiro gosta de ver os filhos do chileno correndo pela sala dos jogadores ou brincando com as raquetes nas áreas verdes do torneio. O ex-número 17 do mundo acredita que a nova estrela do tênis está cercado pelas pessoas certas.
“É fantástico ver jogadores que passaram por momentos difíceis jogando bem. O é muito inspirador o esforço dele na carreira”, disse Fonseca, que está jogando Wimbledon pela primeira vez. Jarry perdeu posições no ranking devido a uma grave infecção no ouvido.
“Acho ele um cara incrível. Ele sabe exatamente o que quer e está cercado de pessoas boas — isso é fundamental. Vai ser uma ótima partida para nós dois e para as pessoas que vierem assistir. Vai ser emocionante, adoro esse tipo de partida”, disse Jarry à CLAY.
Fonseca ainda está conhecendo as novidades em suas primeiras experiências no circuito; Jarry está no circuito profissional há mais de uma década.
Ambos estão jogando um tênis de alto nível na grama de Londres e mostraram que podem se dar bem em ambientes barulhentos, onde os torcedores sul-americanos criam uma atmosfera semelhante à da Copa Davis. Tudo indica que teremos uma batalha emocionante na terceira rodada.

Quando Fonseca venceu o US Open juvenil, foi numa final contra um americano, com parte da torcida contra ele — mas também com muitos brasileiros torcendo por ele. No início deste ano, ele conquistou o título da ATP em Buenos Aires, derrotando quatro argentinos ao longo do caminho.
Em entrevista à CLAY após seu último título juvenil em Nova York, Fonseca falou sobre o que significa jogar em condições tão barulhentas.
“Aprendi desde cedo a me conectar com a torcida. O que quer que eles me transmitam, me deixa mais forte — e muitas vezes me ajuda a virar os jogos. Seja torcendo por mim ou pelo meu adversário, é aí que entra a força mental. Sempre tento usar isso a meu favor.”
Quando se trata do lado mental do jogo, Fonseca diz que foi onde ele mais melhorou.
“Acho que meu progresso mais importante provavelmente foi mental. Eu venho do tênis juvenil, e a mentalidade ao jogar como profissional é completamente diferente. Às vezes você joga seu melhor tênis e ainda assim perde. Seu adversário pode encontrar pontos-chave, ou você pode se sentir um pouco mais tenso nesses momentos”, explicou.
Nesta sexta-feira, em Londres, os dois sul-americanos lutarão por uma vaga nas oitavas de final do torneio mais tradicional do mundo.