MELBOURNE – Não era o “ganhar feio” de Brad Gilbert que ele precisava, porque ele não saberia como fazer, mas João Fonseca ficou perto de passar no teste de maturidade na Austrália na quinta-feira: ganhar jogando mal.
Vencer quando tudo dá certo é fácil, o que não é tão fácil é cerrar os dentes e vencer uma partida quando você não está tendo seu melhor dia no tênis. O brasileiro de 18 anos chegou perto, mas acabou perdendo por 6-7 (6-8), 6-3, 6-1, 3-6, 6-3 para o italiano Lorenzo Sonego, que vai jogar a terceira rodada do Aberto da Austrália.
Fonseca jogou na “1573 Arena”, a quinta maior quadra do complexo Melbourne Park, e no primeiro set mostrou o que já havia sido visto em outras partidas: sua capacidade de subir de nível nos momentos decisivos. Os muitos torcedores brasileiros presentes comemoravam e marcavam presença.
Mas, além do apresentado no primeiro set, Fonseca claramente pagou o preço pela enorme atenção que recebeu nos últimos dias, pela expectativa que o mundo do tênis e ele mesmo colocaram em suas possibilidades no torneio.
Foi um jogo que começou com uma situação atípica: no confronto entre o italiano, de 29 anos e 55º no ranking, e o brasileiro, que fazia sua estreia em um torneio de Grand Slam, o favorito era Fonseca.
Havia uma certa lógica no favoritismo de Fonseca, além do “hype”: entre o título no Next Gen, o título no Challenger de Canberra, as três partidas do qualifying do Australian Open e a vitória na primeira rodada sobre Andrey Rublev, o brasileiro acumulava 14 vitórias consecutivas. Ele não perdia desde novembro.
Mas na quinta-feira, seu tênis não fluiu. É verdade que o brasileiro comete muitos erros, porque arrisca e acaba compensando com winners, mas desta vez o índice de erros se manteve sem que os winners aparecessem na quantidade necessária.
O brasileiro, maior revelação do tênis de seu país desde a explosão de Gustavo Kuerten em 1997, disputará a Copa Davis na França e depois seguirá para Buenos Aires e sua terra natal para disputar o Rio Open em fevereiro.





