NOVA YORK – Ser namorado de Aryna Sabalenka colocou Georgios Frangulis (36) diretamente no centro das atenções do mundo do tênis – desde as emoções intensas de sentar-se ao lado da quadra em seu box até conversas inspiradoras com Novak Djokovic.
“É lógico que Aryna é o que mais gosto nisso tudo! O que eu não gosto é de estar no box. É uma das situações mais estressantes que já vivi”, admite com uma honestidade enorme.
Por trás dessa montanha-russa de emoções está também um empresário perspicaz: o fundador da Oakberry, uma marca global de açaí, e agora investidor no Le Mans Football Club ao lado de Novak Djokovic e dois ex-pilotos de Fórmula 1: Felipe Massa e Kevin Magnussen.
Georgios Frangulis para a CLAY no US Open / JELENA MEDIC
Em sua última coletiva de imprensa em Nova York, Djokovic falou sobre Frangulis: “Também passei a fazer parte da empresa dele, a Oakberry. Tenho um relacionamento muito bom com ele e com Aryna, além de um bom relacionamento comercial. Os dois formam um ótimo casal e, como pessoas, acho que são muito simpáticos e divertidos – gosto muito de estar com eles”.
Já tendo patrocinado torneios através da Oakberry, Frangulis – brasileiro de ascendência grega – está há muito tempo ligado ao tênis, mas a vida no box de Sabalenka levou as coisas a outro nível. Nesta entrevista à CLAY, publicada também na RG Media, ele reflete sobre amor, pressão, negócios e as lições que aprende com Sabalenka e Djokovic: “Novak é o GOAT em termos de mentalidade e perspicácia”.
Entrevista com Georgios Frangulis
– Como você está se adaptando ao mundo do tênis – o que você mais gosta e o que você menos gosta?
– É lógico que Aryna – ela é o que eu mais gosto no tênis! A parte mais difícil é estar no box. É uma das situações mais estressantes que já vivi. Sempre adorei o tênis e estou envolvido com ele há muito tempo. Através da minha empresa Oakberry, patrocinamos torneios, mas quando você tem um relacionamento tão próximo com alguém e com o esporte, torna-se algo completamente diferente. Ficar sentado no box durante partidas difíceis é, de longe, a parte mais difícil.
– Descreva suas emoções. Como você decide quando falar e quando ficar calado?
– Eu nunca digo nada durante as partidas. Tento não demonstrar muita emoção, porque Aryna percebe tudo – o que todos estão fazendo no box. Eu apenas aplaudo o mais alto que posso e faço questão de que ela se sinta apoiada. Para mim, a parte mais importante vem depois – garantir que ela esteja se sentindo bem no geral quando a partida termina.
– Qual é a primeira coisa que você fala para ela depois de uma derrota dura?
– Eu apenas falo que a amo e “vamos para a próxima”. Ela está acostumada a enfrentar derrotas, embora, felizmente, esteja mais acostumada a vitórias. O importante é mostrar apoio e lembrá-la de que amanhã é outro dia. O tênis é provavelmente o esporte mais difícil do mundo – você está sozinho lá na quadra e, geralmente, perde mais vezes do que ganha. O segredo é que ela saiba que sempre estarei ao lado dela.
– E qual foi a maior comemoração depois de um grande título?
– O US Open do ano passado. Tínhamos muitos amigos na cidade. Não posso dar muitos detalhes (risos), mas foi uma comemoração incrível e uma noite realmente especial. Também era meu aniversário, então tudo se encaixou perfeitamente. – Você ajuda nas redes sociais da Aryna? Às vezes você é o cinegrafista?
– Não, ela tem seu próprio videomaker. Não me importo de ajudar, mas não sou tão bom assim. Ajudo quando posso, mas para a qualidade do conteúdo dela é muito melhor ter um profissional.
– Agora você está envolvido com o Le Mans Football Club junto com Novak Djokovic. Como vocês dois se dão? – Novak sempre foi meu ídolo, muito antes de nos tornarmos amigos. Sempre o admirei por suas conquistas. Quando surgiu a oportunidade do Le Mans, decidi investir no clube e trouxe alguns investidores que faziam muito sentido. Já que estamos falando de investimento esportivo, diria que Novak é o GOAT em termos de mentalidade e perspicácia como atleta. Ele se apaixonou pelo projeto imediatamente – fazia todo o sentido. Felipe Massa e Kevin Magnussen também se juntaram a nós, o que se encaixa perfeitamente com a tradição do automobilismo de Le Mans e sua famosa corrida. Adoro estar perto do Novak e aprender com ele. E acho que é bom para ele também. Ele passou a vida inteira nas quadras de tênis, então explorar novas áreas é emocionante para ele. Ele é um ótimo ouvinte, muito curioso sobre negócios, política, tudo. É por isso que qualquer conversa com ele é sempre envolvente e divertida.
Georgios Frangulis travels with Aryna Sabalenka to various tournaments
– Houve algum papo com Djokovic que tenha ficado especialmente gravado na sua memória?
– A gente fala sobre tudo – desde comida a futebol, tênis… podemos conversar por horas. Falamos muito sobre a Oakberry; ele adora, porque se preocupa muito com o bem-estar e com os cuidados com o corpo. Como atleta, o corpo é o seu maior patrimônio. Sinto-me sortudo por ter a oportunidade de aprender com ele – e com Aryna também.
– Como você compara Djokovic e Sabalenka mentalmente? Você vê alguma semelhança?
– Ela também gosta de conversar com o Novak e aprender com ele, da perspectiva de alguém que conquistou tanto. Eles conversam, e nessa relação ela é mais uma ouvinte – e por que não seria, certo? Qualquer tenista deveria ficar feliz ao conversar com Novak.
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